TV Vitória mostra os riscos das fraudes na manutenção em extintor de incêndio
O núcleo de investigação da TV Vitória mostra os riscos que as fraudes em extintores de incêndio podem causar à população. Os anéis de segurança dos extintores mostram o ano e a empresa que realizou a manutenção do extintor e, só é possível colocá-lo corretamente no local, se o equipamento for desmontado, e é neste momento, que começa a fraude. Para reaproveitar a carga do extintor e diminuir os custos, algumas empresas simplesmente fingem que efetuaram a manutenção.
Com uma câmera escondida, uma equipe da TV Vitória levou extintores com a manutenção vencida em três empresas especializadas no serviço. O primeiro equipamento deveria ter recebido manutenção de nível dois, ou seja, deveria ter sido completamente desmontado, ter as peças vistoriadas, o recipiente pesado e só então, ser recarregado, o que leva tempo, mas o serviço foi realizado rapidamente.
E a rapidez no serviço pode ter uma explicação. O equipamento foi devolvido com o lacre rompido e, por isso, não é possível garantir que a manutenção foi feita. “No momento em que a manutenção no extintor não é realizada, nós não podemos garantir de forma alguma, que o equipamento possa ser usado de forma segura. A partir do momento em que a pessoa corta e coloca o lacre no extintor, ela não garante que o equipamento vá funcionar de forma segura”, explicou o capitão Sávio, do Corpo de Bombeiros.
Na segunda empresa foi entregue um extintor para manutenção de nível três, ainda mais complexa. Além da desmontagem, um teste hidrostático deveria ser realizado. O teste serve para avaliar a resistência do recipiente, a pressão e a capacidade de armazenamento. A revisão também deve incluir a substituição de peças, que estejam fora do padrão.
Ainda assim, com várias análises para serem feitas, a empresa se mostrou rápida na prestação do serviço. Dois dias depois, a equipe da TV Vitória voltou à empresa para pegar o equipamento e no relatório, constava a manutenção de nível dois, diferente da que foi exigida. Além disso, o anel de manutenção do extintor foi rompido, indicando fraude.
Todos os extintores usados pela equipe da TV Vitória foram pesados em uma balança certificada pelo Inmetro e, segundo o instituto, a margem de tolerância é de 10% para mais ou para menos em relação ao peso da carga. Mas, depois da suposta manutenção, pelo menos dois casos levantaram suspeitas.
Antes de ir para a manutenção um dos extintores tinha cerca de 12 kg, quando deveria pesar cerca de 13kg, diferença constada inclusive pela empresa de manutenção. “O técnico me disse que, como o equipamento está vazio, ele só deve ser entregue daqui há dois dias”, explicou a atendente. Após ser feita a manutenção, o equipamento estava com praticamente com o mesmo peso, com uma diferença de apenas 260g e pior, abaixo do peso obrigatório.
Antes de ir para a manutenção um dos extintores tinha cerca de 12 kg, quando deveria pesar cerca de 13kg, diferença constada inclusive pela empresa de manutenção. “O técnico me disse que, como o equipamento está vazio, ele só deve ser entregue daqui há dois dias”, explicou a atendente. Após ser feita a manutenção, o equipamento estava com praticamente com o mesmo peso, com uma diferença de apenas 260g e pior, abaixo do peso obrigatório.
Com o segundo extintor, a coincidência foi ainda maior, já que o equipamento entrou e saiu da manutenção com exatamente o mesmo peso. Todas as empresas apresentaram notas fiscais pelos serviços prestados, mas para o Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Espírito Santo (Ipem-ES), os indícios apresentados caracterizam fraudes contra o consumidor. “O consumidor está pagando por um serviço, que não está sendo prestado. E o papel do instituto é trabalhar junto com o Procon para minimizar as fraudes sofridas pelo consumidor”, explicou Sandro de Oliveira, diretor do Ipem-ES.
As empresas suspeitas de praticarem a fraude foram procuradas para dar explicações, mas em todas elas, nenhum responsável estava presente e os funcionários não estavam autorizados a dar declarações.